Após o governador Rui Costa (PT) proibir a realização de festas no estilo paredão na Bahia, o comandante geral da Polícia Militar da Bahia (PM-BA), Paulo Coutinho afirmou que a corporação irá trabalhar para coibir as festas em “qualquer local”.

“A Polícia Militar usará do disque sonoridade para atuar em qualquer local, não só da nossa capital, mas também do interior do estado, combatendo esse tipo de evento que em nada acrescenta na nossa sociedade. É um evento, sobretudo, que leva ações do crime e fomenta a comercialização de entorpecentes”, disse Paulo Coutinho na manhã desta quinta-feira, 14, ao Jornal da Manhã, da TV Bahia.

 

“A inteligência da corporação acompanha as ações dessa natureza e nós vamos intensificar desde essa semana com o objetivo de coibir. Paredões são encontros em locais públicos que levam a excesso de consumo de álcool e comercialização de drogas ilícitas. Nós recomendamos que os nossos jovens não estejam presentes”, acrescentou o comandante da PM-BA.

Paulo Coutinho ainda relatou que as ações para coibir paredões serão intensificadas no âmbito de operações que visam impedir a perturbação pública. Para isso, é necessário contar com o apoio da população, que pode denunciar caso esteja sendo afetada pelas festas.

“Nós vamos às ruas fazer uma fiscalização contínua, com o objetivo de evitar perturbação de sossego. Era uma operação que já existia que nós vamos intensificar. Não vamos tolerar que existam reuniões em locais públicos patrocinados por qualquer grupo criminoso, afim de tirar a tranquilidade da população baiana”, falou.

 

A decisão de Rui Costa foi tomada após na madrugada de quarta-feira, 13,  seis jovens morreram em um tiroteio no bairro do Uruguai, em Salvador. “Não vamos permitir mais nenhuma festa de paredão na Bahia. Para festas serem realizadas fechando ruas, as prefeituras precisarão autorizar e comunicar à Polícia Militar previamente. Caso não haja autorização prévia, a PM deverá apreender os equipamentos sonoros”, escreveu o governador no Twitter.

Segundo a Polícia Civil, um grupo armado chegou ao local onde acontecia a festa e efetuou vários disparos. Testemunhas relataram que vários adolescentes com idade entre 14 e 16 anos participavam do evento. Seis pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas. Dois suspeitos foram presos.

A escalada da violência na Bahia tem pressionado o governador nas últimas semanas, com episódios em série como invasões de criminosos a residências e moradores feito reféns. Lideranças da oposição têm feito reiteradas críticas ao trabalho do governo no setor.

“Nesse feriado, vimos o Porto da Barra, o bairro do Uruguai e cidades do interior serem palco de cenas lamentáveis de violência que não param de se repetir. Nosso estado precisa de um governo que chame para si a responsabilidade e tenha compromisso com o futuro dos baianos”, afirmou o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, pré-candidato ao governo.

Vamos atuar em qualquer lugar’, diz comandante da PM após proibição de ‘paredões’

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