O distrito de Ibirajá, pertencente ao município de Itanhém (Bahia), carrega em sua história uma forte identidade cultural, econômica e social. Com raízes fincadas na agricultura, na religiosidade e na união comunitária, a localidade se destaca há décadas como um dos principais polos rurais da região.
Mas entre as pautas mais antigas e persistentes da população está um desejo que atravessa gerações: A emancipação política de Ibirajá.
Um sonho antigo
Desde os anos 1980, lideranças locais e moradores discutem a possibilidade de transformar Ibirajá em um município independente. A justificativa é simples: O distrito, apesar de sua importância, ainda depende das decisões administrativas e orçamentárias da sede de Itanhém, localizada a cerca de 30 km de distância.
“Temos comércio, escolas, igrejas, produção agrícola e uma comunidade forte. Já temos o que muitos municípios pequenos possuem”, comenta um morador que acompanha de perto as discussões sobre o tema.
O que é a emancipação política?
A emancipação política de um distrito é o processo que permite a criação de um novo município. Quando isso acontece, a localidade passa a ter:
Prefeito e vereadores próprios;
Orçamento independente;
Gestão direta sobre serviços públicos, como educação, saúde, infraestrutura e arrecadação local.
No entanto, desde a Emenda Constitucional nº 15/1996, novas emancipações estão suspensas no Brasil até que seja aprovada uma lei complementar federal com regras uniformes para todo o país.
Os critérios exigidos
Para que Ibirajá ou qualquer outro distrito conquiste sua independência, são exigidos:
1. Estudos de viabilidade econômica e populacional;
2. Análise da Assembleia Legislativa Estadual;
3. Plebiscito com a participação dos moradores locais e dos municípios vizinhos afetados.
Enquanto o Congresso não aprova a nova lei complementar, distritos de todo o país aguardam a chance de levar novamente essa pauta à votação popular.
Ibirajá tem potencial
Apesar das limitações legais, muitos acreditam que Ibirajá possui condições favoráveis para se tornar um município:
Produção agrícola diversificada, com destaque para o café, cacau, pecuária e agricultura familiar;
Crescimento populacional e comercial contínuo;
Localização estratégica, entre Itanhém e Medeiros Neto;
Forte vida cultural e comunitária, marcada por eventos como o Arraiá do Jaquetô e as festas religiosas da Paróquia Senhor do Bonfim.
O sentimento do povo
Entre os moradores, a vontade de ver Ibirajá autônoma vai além da política — é uma questão de identidade e pertencimento.
“Queremos mais voz, mais recursos e mais oportunidades para nosso povo”, dizem os moradores mais engajados na causa.
Enquanto o Brasil discute novas regras para emancipações, Ibirajá segue firme, crescendo e mostrando que tem tudo para ser mais que um distrito: um município de verdade.
Por Ibirajá News.
