Um poderoso tornado atingiu o município de Rio Bonito do Iguaçu, no centro-sul do Paraná, na noite de sexta-feira, 7 de novembro de 2025, provocando uma das maiores tragédias climáticas já registradas no estado. O fenômeno, confirmado pelo Simepar (Sistema Meteorológico do Paraná), teve ventos que ultrapassaram 250 km/h, destruindo grande parte da cidade.
Destruição em Larga Escala
De acordo com levantamentos iniciais, cerca de 90% da área urbana foi destruída. Casas foram completamente arrasadas, postes de energia e árvores tombaram, veículos foram arremessados e estruturas metálicas retorcidas pela força do vento. Em imagens que circulam nas redes sociais, é possível ver bairros inteiros transformados em escombros.
Os ventos violentos teriam se formado a partir de uma supercélula, tipo de nuvem capaz de gerar fenômenos extremos como granizo, vendavais e tornados. Meteorologistas classificam o evento como um tornado de categoria F3 na escala Fujita, com potencial destrutivo equivalente ao de um furacão de médio porte.
Vítimas e Feridos
Até a tarde de sábado (8), o balanço das autoridades apontava seis mortes confirmadas e mais de 750 feridos. Equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil e voluntários de municípios vizinhos trabalham nas buscas por desaparecidos e no resgate de famílias que perderam suas casas. Escolas e ginásios de esporte foram transformados em abrigos provisórios.
Resposta das Autoridades
O governador Ratinho Júnior decretou estado de emergência no município e enviou reforços da Defesa Civil estadual. O governo federal também anunciou o envio de ajuda humanitária. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou solidariedade às vítimas e determinou o deslocamento de equipes da Força Nacional e do Exército para apoio logístico e reconstrução.
“Estamos diante de uma tragédia sem precedentes no Paraná. A prioridade é salvar vidas e garantir abrigo às famílias afetadas”, afirmou o governador.
Causas e Contexto Climático
Especialistas explicam que a combinação de frente fria intensa com um ciclone extratropical sobre o Sul do Brasil criou as condições ideais para a formação da tempestade severa. O fenômeno também reacendeu o debate sobre o aumento da frequência de eventos climáticos extremos no país, possivelmente intensificados pelas mudanças climáticas globais.
A tragédia ocorre em meio à realização da COP30, conferência internacional sobre o clima, o que reforça o alerta sobre a vulnerabilidade das comunidades diante de desastres naturais.
Reconstrução e Solidariedade
Diversas campanhas de arrecadação estão sendo organizadas em todo o estado para ajudar as vítimas. Igrejas, rádios comunitárias e prefeituras da região mobilizam donativos como roupas, alimentos, colchões e materiais de construção. A energia elétrica deve levar dias para ser restabelecida totalmente, e a reconstrução da cidade exigirá um longo trabalho conjunto entre governo e sociedade civil.